O mal de Parkinson, também chamado de doença de Parkinson, ou simplesmente Parkinson, é uma doença do sistema nervoso central que afeta a capacidade do cérebro de controlar nossos movimentos. O mal de Parkinson recebe esse nome em homenagem ao Dr. James Parkinson, o primeiro médico a descrever a doença.
O QUE É MAL DE PARKINSON
O nosso cérebro não é responsável apenas pelos nossos pensamentos e raciocínios, todo movimento que fazemos, desde um simples piscar de olhos até o ato de andar, nasce de uma ordem vinda do sistema nervoso central, que através de neurotransmissores chega ao seu destino final, os músculos.
Um grupo de células cerebrais, chamado de neurônios dopaminérgicos, são responsáveis pela produção de dopamina, um neurotransmissor que age no controle dos movimentos finos e coordenados. Algumas atividades do nosso dia-a-dia são tão triviais que nunca paramos para pensar na sua complexidade. O ato de beber um copo d’água, por exemplo, requer um grande controle dos nossos músculos, não só para levar o braço até o copo, mas também para agarrá-lo de modo estável, levá-lo até a boca e virá-lo apenas o suficiente para que uma quantidade x do líquido chegue a nossa boca. Isso são chamados de movimentos finos, que são muito dependentes da ação dos neurônios dopaminérgicos.
O mal de Parkinson se caracteriza pela destruição destes neurônios, levando a uma escassez de dopamina no sistema nervoso central e, consequentemente, a um distúrbio dos movimentos.
FATORES DE RISCO PARA O MAL DE PARKINSON
Os sintomas da doença de Parkinson só surgem quando cerca de 80% dos neurônios encontram-se destruídos. O porquê desta destruição ainda é desconhecido, o que faz com que o mal de Parkinson seja considerada uma doença idiopática, ou seja, sem causa definida. Entretanto, alguns fatores de risco já foram identificados:
– Idade: a doença de Parkinson é um enfermidade tipicamente de pessoas idosas, iniciando-se normalmente ao redor dos 60 anos de idade. É raro encontrar pacientes com mal de Parkinson antes dos 40 anos.
– História familiar: familiares de pacientes com Parkinson têm maior risco de desenvolver a doença
– Sexo Masculino: o mal de Parkinson é mais comum em homens que em mulheres
– Traumas no crânio: isolados ou repetitivos, como nos lutadores de boxe, podem lesar os neurônios dopaminérgicos.
– Contato com agrotóxicos: certas substâncias químicas podem causar lesões neurológicas que levam ao Parkinson.
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– Sexo Masculino: o mal de Parkinson é mais comum em homens que em mulheres
– Traumas no crânio: isolados ou repetitivos, como nos lutadores de boxe, podem lesar os neurônios dopaminérgicos.
– Contato com agrotóxicos: certas substâncias químicas podem causar lesões neurológicas que levam ao Parkinson.
SINTOMAS DO MAL DE PARKINSON
Os sinais e sintomas do mal de Parkinson podem ser divididos em 2 categorias: motores e não-motores
1) Sintomas motores do mal de Parkinson
– Tremores: ocorrem principalmente quando o paciente encontra-se em repouso e melhora quando se movimenta o membro. Esta é uma característica que distingue o tremor da doença de Parkinson dos tremores que ocorrem por outras causas.
Em fases inicias da doença, o tremor é intermitente e costuma passar despercebido pelos familiares e amigos. O paciente pode referir uma sensação de “tremor interno”, como se algum dos membros estivesse tremendo, quando na verdade, o tremor não é perceptível para outros. Os tremores perceptíveis costumam começar em uma das mãos, normalmente com movimentos entre o dedo indicador e o polegar, como se estivesse a contar dinheiro. Com o passar dos anos a doença avança e os tremores se tornam mais generalizados, alcançando outros membros.
O tremor em repouso é o sintoma inicial do mal de Parkinson em 70% dos casos. Com o evoluir da doença, praticamente todos os pacientes apresentarão algum grau de tremor. São poucos os casos de Parkinson que não causam tremores.
Como o tremor da doença de Parkinson ocorre em repouso e melhora à movimentação, este acaba não sendo um sintoma muito incapacitante, ao contrário da bradicinesia.
– Bradicinesia: significa movimentos lentificados. A bradicinesia é o sintoma mais incapacitante do Parkinson. O paciente sente-se cansado, com intensa fraqueza muscular e sensação de incoordenação motora. Tarefas simples tornam-se muito difíceis, como abotoar uma camisa, digitar no computador, pegar moedas dentro do bolso ou amarrar os sapatos. O doente refere dificuldade para iniciar qualquer movimento voluntário. O paciente torna-se hesitante e descoordenado.
Com o tempo até andar vira uma tarefa difícil; os passos tornam-se curtos e lentos, o paciente apresenta dificuldade para se levantar e sente-se desequilibrado quando em pé.
– Rigidez: a rigidez dos músculos é outro sintoma importante do mal de Parkinson. Assim como o tremor e a bradicinesia, a rigidez inicia-se apenas de um lado, generalizando-se conforme a doença progride. A sensação que se tem é a de que os músculos estão presos, muitas vezes limitando a amplitude dos movimentos e causando dor. Um dos sinais típicos é a perda do balançar dos braços enquanto se anda.
– Instabilidade postural: nosso equilíbrio enquanto andamos ou permanecemos em pé depende do bom funcionamento do cérebro; é ele que controla nosso tônus e reflexos musculares que mantêm nosso centro de gravidade estável. A perda da estabilidade postural é um sintoma que só ocorre em fases avançadas da doença de Parkinson, manifestando-se principalmente com quedas regulares.
Outros sintomas comuns do mal de Parkinson:
– Perda expressão facial (expressão apática).
– Redução do piscar dos olhos.
– Alterações no discurso.
– Aumento da salivação.
– Visão borrada.
– Micrografia (caligrafia altera-se e as letras tornam-se pequenas).
– Incontinência urinária (leia: INCONTINÊNCIA URINÁRIA | Causas, tipos e diagnóstico).
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– Redução do piscar dos olhos.
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– Aumento da salivação.
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– Incontinência urinária (leia: INCONTINÊNCIA URINÁRIA | Causas, tipos e diagnóstico).
2) Sintomas não-motores do mal de Parkinson
Além de todas as alterações motoras, os pacientes com doença de Parkinson também podem desenvolver uma data de alterações neurológicas como demência, alterações do sono, depressão, ansiedade, memória fraca, alucinações, psicose (leia: O QUE É PSICOSE?), perda do olfato, constipação intestinal, dificuldades para urinar, impotência sexual, raciocínio lento e apatia.
PROGRESSÃO DA DOENÇA
As complicações da doença de Parkinson ocorrem naqueles indivíduos que desenvolvem demência ou que ficam com grave incapacidade física. Pneumonia, quedas e aspiração de alimentos são complicações que podem ocorrer nas fases mais avançadas, e que podem levar ao óbito. Em geral, porém, o paciente com Parkinson não tem sua expectativa de vida muito menor que o resto da população idosa. O grande problema do Parkinson é mesmo a grande perda da qualidade de vida.
A progressão na doença de Parkinson é muito variável e não há sintomas ou sinais que permitam prever com precisão como a doença irá evoluir a longo prazo em cada paciente. No entanto, a revisão de alguns estudos conseguem nos fornecer uma visão ampla sobre a evolução da doença de Parkinson:
Em um estudo antigo, realizado entre 1949-1964, a proporção dos pacientes que encontravam-se incapacitados ou mortos dentro do prazo de cinco anos após o início da doença era de 25%. Esse número aumentou para 67% em 9 anos, e para 80% entre os pacientes com doença há cerca de 14 anos. O estudo também identificou a existência de um pequeno grupo de pacientes que apresentavam uma progressão lenta, mantendo o equilíbrio, estabilidade postural e ausência de incapacidade grave mesmo após mais de 20 anos de doença.
Um estudo semelhante foi realizado entre 2000 e 2012 e identificou complicações, como demência, incapacidade física ou morte em cerca de 77% dos pacientes com cerca de 10 anos de doença.
DIAGNÓSTICO DO MAL DE PARKINSON
Várias outras doenças neurológicas podem apresentar um quadro clínico semelhante ao mal de Parkinson, o que torna difícil a distinção, principalmente me fases inicias da doença.
O grande problema é que não existe um exame complementar, seja de sangue ou de imagem, que forneça o diagnóstico da doença de Parkinson. O médico baseia-se apenas na história clínica e no exame físico para fechar o diagnóstico, o que torna importante a experiência do especialista.
Em geral, para o diagnóstico é preciso identificar 2 dos 3 principais sintomas motores (tremor em repouso, bradicinesia ou rigidez), associado a uma melhora destes com o uso de medicamentos específicos para doença de Parkinson. Nem sempre o quadro clínico inicial é suficientemente claro para se estabelecer o diagnóstico.
TRATAMENTO DO MAL DE PARKINSON
Não há cura para o mal de Parkinson, porém, os tratamentos atuais são bastante efetivos no controle dos sintomas.
Uma das drogas mais usadas é a levodopa + carbidopa (Sinemet), que é transformada em dopamina dentro do cérebro. Várias outras drogas que simulam a ação da dopamina no cérebro podem ser usadas, entre elas: bromocriptina, pramipexol e ropinirol.
Além do tratamento medicamentoso, a prática de exercícios regulares é importante para retardar os sintomas motores da doença.
Este artigo também está disponível em Espanhol
Fonte: www.mdsaude.com
Muito esclarecedor. Obrigada.
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